Criativity

domingo, setembro 24, 2006

ano novo, blog novo

O meu blog novo já tem nome:
www.nao-lugares.blogspot.com

The End

quinta-feira, setembro 21, 2006

Nova casa

Finalmente já tenho um novo blog!
Ainda não vou revelar o nome e a morada, mas prometo dizer em breve.

segunda-feira, julho 03, 2006

Recibos "verdes"?

Há uns dias fui às Finanças de Cascais e descobri uma coisa estranha:
os chamados "recibos verdes" não são verdes! São cinzentos. Sei que isto pode parecer uma questão insignificante, mas para quem vai comprar a sua primeira caderneta de recibos, isto é uma decepção...
Porquê chamar-lhes "verdes"? Será aquilo um novo tom de verde, por exemplo, o verde morto?
Este país é muito estranho.

quarta-feira, junho 28, 2006

Barcelona - azulejos do Park Güell - Gaudí





domingo, junho 25, 2006

Barcelona





terça-feira, junho 13, 2006

Cheira bem, cheira a Lisboa!


“Lisboa tem cheiro de flores e de mar!” diz a canção.
Ontem à noite foi, como todos sabem a noite de Santo António. Os lisboetas (e não só!) saíram à rua em peso e festejaram toda a noite. Eu fui, finalmente, e diverti-me imenso, vi, cheirei, bebi, cantei, dancei... e cheguei à conclusão de que a letra da canção está errada. Lisboa não cheirava a mar (compreendo a metáfora, mas...), Lisboa cheirava a sardinhas, manjericos, febras, álcool, perfumes, tabaco, a povo, a festa. Eu sei que é um dia muito especial, no entanto, penso que, mesmo nos dias normais, Lisboa cheira a isto tudo (sem contar com as sardinhas e manjericos) e muito mais coisas, todas misturadas, como o fumo dos autocarros, os carris dos eléctricos, e por aí fora, mas não cheira a mar. Quanto muito, cheira a rio, o que nem sempre é bom...
Lisboa cheira a um perfume muito especial e único.
Lisboa cheira a Lisboa, e cheira bem!

Fotografia de uma rua de Alfama, de www.travelmarker.nl

domingo, maio 21, 2006

Cântico negro

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

José Régio

quarta-feira, maio 17, 2006

"No analyst could ever take me lying down."


Salvadore DALI, fotografia de Philippe Halsman, USA, 1954

"No analyst could ever take me lying down."

quinta-feira, maio 11, 2006

Agência Matrimonial hi5, um sucesso!

hi5, mas o que é isso?
Eu estou "inscrito" no hi5 há um bom tempo, 2 ou 3 anos, mas continuo sem saber explicar às outras pessoas o que é verdadeiramente o hi5. Sinto-me ridículo.

No fundo, o hi5 não passa de uma agência matrimonial disfarçada. Há um pequeno ficheiro com fotografias nossas, os nossos dados pessoais, os nossos gostos (livros, filmes, se fumamos, bebemos...) e estamos integrados numa rede de milhares de pessoas, formada pelos nossos amigos, os amigos deles, os amigos dos amigos dos amigos dos amigos, que podem ver o nosso profile, comentar, adicionar... cuscar!
No hi5 tenho oficialmente 157 friends mas, no fim de contas, quantos deles é que são, realmente, meus friends? Quase todos, mas também há alguns que não passam de "conhecidos". "Amigos" e "conhecidos" é a mesma coisa, para muitas pessoas, mas para mim não. A maioria das pessoas adiciona "aquela rapariga gira, que é amiga da prima-torta da Madalena" e "aquele rapaz super-porreiro que é do Amor de Deus", só porque gostou do seu profile. Há pessoas com uma lista de mais de 5 mil friends, e centenas de testimonials a dizer, de maneira apaixonada, o quanto elas "estão giras na fotografia em bikini, tirada na praia de Monte Gordo" (um CLÁSSICO do hi5). Mas o que é isto??
Mas que sociedade é esta, em que os jovens (e não só!) se conhecem porque gostaram das fotografias do hi5?
Pior, descobri há pouco tempo que o hi5 tem uma secção chamada Browse (ver fotografia abaixo), para procurar pessoas segundo o sexo, a idade, o país e a fotografia. Não tenho razão? É, ou não é uma agência matrimonial?
Já fui adicionado por bastantes pessoas que eu não conhecia de lado nenhum. Bloqueei, claro. Porque razão, iria permitir que uma pessoa que eu não conheço de lado nenhum, estivesse presente na lista dos meus friends? Pleeeeease! Inclusive, já recebi uma message de um gay, que queria que eu lhe mandasse mails, devido aos meus (alegados) "olhos fantásticos"! Urgh!!!
No entanto, o hi5 também tem vantagens. Já "encontrei", através de horas perdidas a navegar naquela base de dados gigante, pessoas que não via desde a primária. Restabeleci o contacto com muita gente, o que é óptimo.
Outra vantagem é podermos facilmente manter contacto com uma pessoa que nos foi apresentada apressadamente ontem, ou no mês passado. Basta procurá-la, adicioná-la e mandar-lhe mensagens dizendo o nosso mail, número de telemóvel... uma facilidade.
Resumindo, a questão é: estar presente no hi5 terá mais vantagens ou desvantagens para mim?
Por enquanto vou deixar estar, até porque me protejo, mas aqui fica mais um assunto pendente...
Estou desejoso de ouvir e ler comentários acerca deste assunto.
Termino com uma imagem muito sugestiva.

Mais palavras, para quê?

segunda-feira, maio 08, 2006

Batata à MURRO

Primavera: muito romântica para alguns, imagino... mas não para mim!
Alergias são a pior coisa que há. Estou há 24h agarrado a uma (já vou na segunda) caixa de lenços, daquelas grandes do LIDL, muito pirosas, mas muito boas, com 150 lenços! É a minha última conquista. Ao que eu cheguei...
À tarde tive de me vir embora da faculdade, só espirrava (pior!, tinha vontade de espirrar, mas os espirros teimavam em desaparecer em pleno CLÍMAX de cada espirro!), tinha o nariz vermelho, a pingar constantemente e não parava de chorar. "Tinha" e tenho. Devia estar com um aspecto mesmo deprimente, todos olhavam para mim preocupados, achando que tinha apanhado o maior desgosto da minha vida... Não consegui trabalhar.
Porquê? Porquê eu?
Eu sei, eu sei! há pessoas com alergias bem piores, eu tenho exemplos na minha família mais chegada mas, de qualquer maneira, isto é uma PRAGA!
A Primavera pode ser muito bonita e romântica para alguns, mas para mim é um mega PESADELO ANUAL, que nunca vai terminar...
"Ai, as flores, os dias bonitos, as hormonas aos saltos, as FLORES" (!).
Ninguém pensa no PÓLEN, no VENTO!
Tenho o nariz a cair aos bocados.
O meu nariz está uma verdadeira batata 'à murro'.

domingo, maio 07, 2006

MGZNcinema V

MGZNcinema V

Mission: Impossible III - Missão Impossível 3


Realização: J. J Abrams Intérpretes: Tom Cruise, Philip Seymour Hoffman, Ving Rhames, Laurence Fishburne, Billy Crudup, Michelle Monaghan, Jonathan Rhys-Meyers, Keri Russell, Maggie Q, Simon Pegg Nacionalidade: E.U.A., 2006

Anos após os acontecimentos de «Missão: Impossível 2», o Agente Especial Ethan Hunt (Tom Cruise) é convencido a regressar ao terreno quando Linsey Ferris (Keri Russell), uma antiga recruta que foi sua aluna, é capturada pelo terrível Owen Davian (Philip Seymour Hoffman). Com a sua equipa, Hunt persegue Davian, mas a parada sobre quando este rapta a sua esposa.
Primeira longa-metragem de J.J. Abrams, criador de «Perdidos» («Lost») e «A Vingadora» («Alias»).
in cinema2000.pt

É óbvio que não é um obra-prima da história do cinema mas, para o tipo de filme, está muito bom.
Um filme muito imprevisível, exepto no fim (é óbvio que Hunt vai ressuscitar...).
Tom Cruise tem um desempenho credível, no meio das impossibilidades, o que é uma vitória. O realizador, habituado ainda à relização em televisão, tem uma maneira de captar e montar as imagens de modo um pouco... "televisivo", o que é um ponto a favor do filme, pois é um filme com muita acção. Em relação ao romance, que se tem tornado um cliché neste tipo de filmes, aqui não é explorado a fundo, Tom Cruise e Michelle Monaghan (que tem um desempenho muito bom, como teve em "Kiss Kiss Bang Bang") falam pouco, o romance é explorado pelos olhares e atitudes, tanto de um como do outro, mas não deixa, também, de viver de uma maneira impossível.
Gostei muito do começo do filme em prolepse. O filme começa no clímax da história que abre caminho à exploração dos acontecimentos anteriores que levaram a esse clímax.
Destaco as cenas da ponte e do Vaticano. A cena (impossível) passada no Vaticano está toda ela muito bem feita, os desempenhos da equipa de Cruise e de Philip Seymour Hoffman, a realização, a fotografia e o próprio argumento.
Os "homens de Cruise", Ving Rhames, Jonathan Rhys-Meyers ("Match Point"), Maggie Q, têm todos bons desempenhos, que apesar de serem pequenos, têm sempre o "timing" certo.
Philip Seymour Hoffman ("Capote") é uma mais valia para o filme, pois é o vilão quase perfeito. Sério, misterioso, credível, imprevisível. Brilhante, apesar de ter um papel pequeno.
Toda a fotografia é muito boa. Destaco a vista do cimo do muro Vaticano sobre Roma, a cena final numa vila chinesa e as cenas em Tóquio.

Classificação: 3 ESTRELAS

sexta-feira, maio 05, 2006

Banco Alimentar - é este fim-de-semana!

AO LONGO DE TODO O ANO O BANCO ALIMENTAR AJUDA A PÔR UM PRATO NA MESA DE QUEM MAIS PRECISA.
DIAS 6 E 7 DE MAIO (este fim-de-semana), AJUDE TAMBÉM.
O Banco Alimentar Contra a Fome volta a recolher alimentos no fim-de-semana de 6 e 7 de Maio em 573 estabelecimentos comerciais localizados nas zonas de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Aveiro, Abrantes, S. Miguel, Setúbal, Cova da Beira e Leiria-Fátima e, pela primeira vez, nas Caldas da Rainha/Óbidos.

A carência é uma constante diária. Há sempre alguém que espera por nós... e por si.

Sabiam que todos os dias mais de 200 mil pessoas são alimentadas graças às duas campanhas anuais de recolha de alimentos feitas pelo Banco Alimentar Contra a Fome?
Não podemos ficar de braços cruzados, não custa muito, basta ir ao supermercado este fim-de-semana.

Para mais informações consultem o site www.bancoalimentar.pt.

quarta-feira, maio 03, 2006

MGZNcinema IV

MGZNcinema IV

The Producers - Os Produtores



"Estamos em 1959 e a Broadway vibra com os maiores nomes do mundo do teatro, mas o produtor Max Bialystock já não é um deles. Um dia, o seu contabilista Leo Bloom acidentalmente comenta com Max que, nos dias que correm, um homem desonesto consegue ganhar mais dinheiro com uma peça que corra mal que com um sucesso. Os dois iniciam a busca do que deverá ser a pior peça alguma vez escrita e decide-se pela "Primavera para Hitler". O passo seguinte é contratar o pior director. Relutantemente Roger De Bris aceita o trabalho, esperando vir a ganhar um Tony. Seguidamente contratam Ulla, uma loura de fazer para o transito, com tanto de sensual como de falta de talento. Falta apenas o dinheiro, que Max consegue junto de centenas de velhinhas ricas de Manhatan desejosas de sexo... Todo parece estar a correr como planeado, mas será mesmo assim?"

Um filme baseado num dos mais aclamados musicais de sempre da Broadway, que por sua vez ja tinha sido baseado no filme de Mel Brooks (The Producers, 1968), com o mesmo nome. No actual, Mel Brooks escreveu o argumento e as canções.
Protagonizado por Nathan Lane (Max) e Matthew Broderick (Leo), os mesmos protagonistas do musical e que, com ele, já tinham sido premiados duas vezes pelos prémios Tony. Também participando no filme, mas como actores secundários, estão Uma Thurman e Will Ferrell.
Dirigido por Susan Stroman, a encenadora do musical (que ganhou o Tony Award para melhor encenador e melhor coreógrafo), que aqui se estreia como realizadora de cinema e produzido por Mel Brooks e Jonathan Sanger.
Nomeado para 4 Globos de Ouro, Melhor Filme - Musical ou Comédia, Melhor Canção Original (Mel Brooks pela canção "There's Nothing Like a Show on Broadway"), Melhor Actor - Musical ou Comédia (Nathan Lane) e Melhor Actor Secundário - Musical ou Comédia (Will Ferrell).

É um filme divertidíssimo, cheio de ironia em relação ao mundo dos bastidores dos musicais da Broadway e, às vezes, um pouco non-sense. Nathan Lane e Matthew Broderick têm desempenhos muito bons. Uma Thurman, tem papel pequeno, mas está irressistível como a sueca Ulla, que mal fala inglês. Will Ferrell está divertido e nada irritante (como tem sido nos seus últimos filmes).
Os cenários estão um espanto e a cena das velhinhas a dançar está demais(!), assim como a cena passada em casa de Roger De Bris!
Classificação: 4 ESTRELAS

segunda-feira, maio 01, 2006

Guggenheim Museum NYC em restauro até 2007

Obras de restauro do Guggenheim terminam no final de 2007

É neste estado que se encontra aquele que, para muitos, é o melhor museu do mundo. No entanto, é por uma boa causa, o exterior do edifício está a ser alvo de um restauro a fundo.
De há um ano para cá, 12 camadas de tinta, aplicadas ao longo dos últimos 46 anos foram removidas e a superfície de betão do edifício foi revelada, permitindo uma análise minuciosa da superfície do edifício e das rachas que se têm vindo a formar quase desde o final da sua construção.
O objectivo neste momento é estudar e reparar as rachas e repintar todo o edifício, assegurando a sua "saúde" a longo prazo.
O final das obras está previsto para o final de 2007, a tempo do 50º aniversário do Museu.
Até lá, o museu continua aberto ao público, com a sua espantosa colecção permanente e com magníficas exposições temporárias, como é costume.
Solomon R. Guggenheim Museum, Nova Iorque, de Frank Lloyd Wright



"Entering into the spirit of this interior, you will discover the best possible atmosphere in which to show fine paintings or listen to music. It is this atmosphere that seems to me most lacking in our art galleries, museums, music halls and theaters."
Frank Lloyd Wright.
"Frank Lloyd Wright", The Architectural Forum, January, 1948, Vol 88 Number 1. p89


"I need a fighter, a lover of space, an agitator, a tester and a wise man. . . . I want a temple of spirit, a monument!" —Hilla Rebay to Frank Lloyd Wright, 1943

O Solomon R. Guggenheim Museum, é um dos mais importantes museus de arte moderna do mundo. Foi projectado por Frank Lloyd Wright para um lote de terreno privilegiado em Manhattan, Nova Iorque, EUA. O museu encontra-se muito perto do grande e famoso Metropolitan Museum of Art, na esquina de duas grandes ruas e está virado para o Central Park.
Wright projectou este museu sob a forma de rampa espiral descendente, com vista a ser mais agradável aos fequentadores do museu apanharem o elevador e descerem gradualmente, podendo sempre voltar atrás, e terminar a descida no rés-do-chão, junto à saída, em vez de percorrer longas galerias e ter de regressar ao início para sair, como acontecia nos outros museus. Guggenheim, adorou a proposta de Wright e apoiou-o incondicionalmente até à sua morte, em 1949.
As paredes do edifício são inclinadas para fora porque, Guggenheim e Wright eram da opinião de que, se as pinturas estivessem ligeiramente inclinadas para trás seriam vistas segundo uma melhor perspectiva e estariam melhor iluminadas.
Este projecto teve início em 1943, mas teve muitos atrasos. Começou realmente a ser construído em 16 de Agosto de 1956 e terminou a 21 de Outubro de 1959, seis meses após a morte de Frank Lloyd Wright.

"I can think of several more desirable places in the world to build his great museum," Wright wrote in 1949 to Arthur Holden, "but we will have to try New York." To Wright, the city was overbuilt, overpopulated, and lacked architectural merit.
www.guggenheim.com

sábado, abril 29, 2006

Vou viver... até quando eu não sei

“Quero é viver!”, cantam os Humanos, reproduzindo uma velha canção de António Variações.
É incrível o quanto esta canção tem a ver com o seu autor, quer no ritmo, quer na letra. António Variações viveu o mais que pôde, até não poder mais. Teve um fim triste, mas aproveitou a vida ao máximo e é, ou deveria ser para todos nós um exemplo e uma lição de vida.Vamos viver! Vamos desfrutar deste fim-de-semana prolongado, pois está um tempo maravilhoso e a vida são dois dias… Eu vou!

Vou viver
até quando eu não sei
que me importa o que serei
quero é viver

Amanhã, espero sempre um amanhã
e acredito que será
mais um prazer

e a vida é sempre uma curiosidade
que me desperta com a idade
interessa-me o que está para vir
a vida em mim é sempre uma certeza
que nasce da minha riqueza
do meu prazer em descobrir

encontrar, renovar, vou fugir ou repetir

vou viver, até quando, eu não sei
que me importa o que serei
quero é viver
amanhã, espero sempre um amanhã
e acredito que será mais um prazer

a vida é sempre uma curiosidade
que me desperta com idade
interessa-me o que está para vir
a vida, em mim é sempre uma certeza
que nasce da minha riqueza
do meu prazer em descobrir

encontrar, renovar vou fugir ou repetir

vou viver até quando eu não sei
que me importa o que serei
quero é viver,
amanhã, espero sempre um amanhã
e acredito que será mais um prazer

sexta-feira, abril 28, 2006

Traves





Fotografias tiradas no Paço Ducal de Guimarães

segunda-feira, abril 24, 2006

Arcos


Praça da Oliveira, Guimarães


Paço Ducal, Guimarães

sábado, abril 22, 2006

Solidão

quarta-feira, abril 19, 2006

MaGaZiNe 4

MaGaZiNe 4

Mega projecto de requalificação de Belém

"A zona de Belém vai ser requalificada no âmbito um projecto sem precedentes, apoiado por cinco ministérios, pela autarquia de Lisboa. Novos investimentos e equipamentos, requalificação do espaço público, iluminação do Tejo, restaurantes, muita animação e uma forte promoção, pretendem colocar a zona de onde partiram os Descobrimentos no centro do turismo internacional, e com uma identidade única. O projecto Belém Redescoberta, ontem conhecido, prevê a construção de um novo Museu dos Coches, de um espaço para a Escola Portuguesa de Arte Equestre, a colocação do espólio de arte de Joe Berardo (com obras de Dali, Picasso e Andy Warhol) no Centro Cultural de Belém e
a recuperação do Jardim Tropical, do Museu da Marinha e do Planetário, entre outros."

"O objectivo é o de promover Belém como um destino turístico único, através de uma identidade própria e de iniciativas de animação permanente. «Será a maior intervenção em Lisboa com objectivos turístico/culturais desde aExpo 98», afirmou o ministro da Economia, Manuel Pinho (...)."


"O projecto prevê ainda a atracção de galerias de arte e ateliês, espaços trendy, bares, livrarias, restaurantes e lojas de vinhos. No centro do programa está o novo Museu dos Coches, uma obra esperada há décadas e que será financiado por verbas das contrapartidas iniciais do Casino de Lisboa."

in Destak 19.04.06

domingo, abril 09, 2006

Frases do dia - XXIX e XXX

27.03.06 - Mas QU'É ISTO?" Gato Fedorento

28.03.06 - "Para mim, é muito fácil estar nua. Não considero isso uma grande coisa, quando a situação se adequa à personagem que estou a interpretar." Sharon Stone

01.04.06 - "Não ser descoberto numa mentira é o mesmo que dizer a verdade." Aristoteles Onassis

02.04.06 - "Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso" Albert Einstein

05.04.06 - "Publicidade é mentira legalizada." Henry G. Wells


09.04.06 - "Isto [Portugal] não é um país, é um sítio mal frequentado." Gabriela Carvalho

terça-feira, abril 04, 2006

Recorte - "O recreio da escola"

"Da minha janela, vejo as crianças
a brincarem no pátio da escola.
E é como olhar para o futuro sem
sombras, sem nuvens. Agora que
já percorri mais de metade
da minha vida, dou-me conta
de que existem coisas que nada
se pode trazer de volta, por mais
cirurgias plásticas e novas paixões
que se inventem.
Aquelas crianças têm o mundo
na mão. Acreditam no Super-
-Homem, acreditam que os seus
pais são os melhores do mundo.
Acreditam em fadas e viajam
à lua sem saírem do pátio da escola.
A vida vai trazer-lhes tudo. Será
que vai? Será que a perda desta
inocência vale a entrada nomundo
dos adultos? A competição
desenfreada, a necessidade de
umemprego que traga o status,
o amor descartável que vai encher
as estatísticas dos divórcios?
Há qualquer coisa que está errada.
Nãosei oquê. Sei quea minha
geração tinha mais tempo para
sonhar, tinha mais hipóteses
de acreditar e ter ideais.
Não tínhamos computadores, net,
centenas de canais de TV, não
sabíamos o que era ter medo
de um desconhecido no jardim,
não tínhamos discotecas nem
imaginávamos que fosse possível
chegar a casa quando o sol
nasce.
Não, não estou a ser saudosista.
Estou apenas preocupada com
o futuro da minha neta, do planeta,
das histórias de amor para
sempre. Das fadas que vão
desaparecer para dar lugar
a monstros eléctricos que voam.
Apenas isso."


Luísa Castel-Branco
in coluna semanal Instantes, Jornal Destak, 16.03.06

domingo, abril 02, 2006

Pôr-do-sol na Costa do Castelo, Set.2003

sábado, abril 01, 2006

Mentiras...

"À minha volta, reprovava-se a mentira, mas fugia-se cuidadosamente da verdade." Simone de Beauvoir

"A arte é a mentira que nos permite conhecer a verdade." Pablo Picasso

"Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir." Winston Churchill

"Toda a grande mentira precisa dum detalhe bem circunstanciado, através do qual passa." Prosper Mérimée

"Cinema-verdade? Prefiro o cinema-mentira. A mentira é sempre mais interessante do que a verdade." Federico Fellini

"Não ser descoberto numa mentira é o mesmo que dizer a verdade." Aristoteles Onassis

"Publicidade é mentira legalizada." Henry G. Wells

terça-feira, março 28, 2006

MaGaZiNe 3

MaGaZiNe 3


Catherine Zeta-Jones engana clientes de restaurante de Nova Iorque
A mundialmente famosa e reconhecida actriz Catherine Zeta-Jones esteve a servir à mesa num restaurante em Nova Iorque. Um dos empregados do Fiamma contou em entrevista que Catherine "serviu o jantar durante algumas horas, numa noite” e quepoucas pessoas lhe disseram que se parecia bastante com Catherine Zeta-Jones, e ela respondia que lhe dizem sempre isso”.
Esta noite de trabalho no restaurante foi uma pesquisa para a nova personagem que a actriz está a "construir".
Michael White, o dono do restaurante, mostrou-se muito surpreendido com o afinco de Catherine e revelou: "Ela sabe cozinhar. Corta legumes e salta-os em manteiga. É também uma boa decoradora de pratos, além de saber temperar saladas. Ela fez um bom trabalho”.

Fontes: ofuxico.uol.com.br e Jornal Destak

domingo, março 26, 2006

Frases da semana - XXII a XXVIII

13.02.06 - "Ele dava um lindíssimo tapete!", Zazu in "O Rei Leão"

14.02.06 - "I don't care about anything but you!" The Cardigans

17.02.06 - "Life is about to give and to take" Gentleman

18.02.06 - "Admito de livre vontade e sem hipocrisia que sou um grande homem." Hercule Poirot

19.02.06 - "Se partires, não me abraces. (...) Se me abraçares, não partas." Maria do Rosário Pedreira

21.02.06 - "Tudo quanto fazemos, na arte ou na vida, é a cópia imperfeita do que pensámos em fazer. Desdiz não só da perfeição externa, senão da perfeição interna; falha não só à regra do que deveria ser, senão à regra do que julgávamos que poderia ser. Somos ocos não só por dentro, senão também por fora, párias da antecipação e da promessa." Fernando Pessoa in "O Livro do Desassossego"

22.02.06 - "Condeno o que aconteceu em Munique e o meu filme é um tributo à memória dos atletas de Israel que foram assassinados. Não se resume a uma história de bons e maus." Steven Spielberg

23.02.06 - "O essencial é invisível aos olhos." Antoine de Saint-Exupéry

27.02.06 - "Não somos imortais (...). Mas, pior do que isso, aqueles que amamos também não o são. Se a vista cansada se instala,muitas vezes por esta altura a miopia melhora e somos capazes de distinguir horizontes mais longínquos. E aí sobram-nos duas opções: morremos em vida de tal forma assustados pela morte, ou entender e aceitar que o facto de termos todos prazo de validade só nos deve 'obrigar' a gozar com mais intensidade o momento presente." Isabel Stilwell, "Notícias Magazine" nº 718, 26.02.06

28.02.06 - "A vida são dois dias. E o Carnaval são três!"

01.03.06 - "A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego: de tanto rir... de surpresa... de êxtase... de felicidade..." Pablo Picasso

09.03.06 - "As I get old my opinions may change but not the fact that I'm right." Luisa's postcard from London

16.03.06 - "Escrever é batermo-nos com tinta para nos fazermos compreender." Jean Cocteau

19.03.06 - "I got this idea of doing a really serious big work-it would be precisely like a novel, with a single difference: Every word of it would be true from beginning to end." Truman Capote
23.03.06 - "Se ligarem para mim, diz que eu não estou."

quinta-feira, março 23, 2006

Sozinho

"Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando
o antes, o agora e o depois
por que você me deixa tão solto?
por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!

Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho meus desejos e planos secretos
só abro pra você mais ninguém
por que você me esquece e some?
e se eu me interessar por alguém?
e se ela, de repente, me ganha?

Quando a gente gosta
é claro que a gente cuida
fala que me ama
só que é da boca pra fora
ou você me engana
ou não está madura
onde está você agora?

Quando a gente gosta
é claro que a gente cuida
fala que me ama
só que é da boca pra fora
ou você me engana
ou não está madura
onde está você agora?"


Música de Caetano Veloso

Para o ano há mais!

78ª Gala dos Prémios da Academia - Oscars 2006

Gostei muito da cerimónia.
John Stewart (apresentador) mostrou-se à altura daquele enorme espectáculo, ao contrário de Chris Rock no ano passado. No entanto, tenho saudades de Billy Crystal! Não há melhor.
Os sketches do início eram muito bons, com os antigos apresentadores a recusar o convite para este ano.
No que diz respeito aos prémios, as grandes surpresas da noite foram os prémios de melhor música, Jordan Houston, Cedric Coleman e Paul Beauregard a ganharem com o seu tema, It’s Hard Out Here for a Pimp, e de melhor filme, Crash (Colisão). O primeiro, porque foi a primeira música rap a ser nomeada para os Oscars, inclusive os próprios intérpretes, que tinham acabado de actuar quando o premiado foi revelado, ficaram extremamente surpreendidos. O segundo, porque a maioria das pessoas estava à espera que ganhasse o filme Brokeback Mountain (como já tinha acontecido nos Globos de Ouro e, nos britânicos, BAFTA). Tive muita pena de ainda não ter visto o Crash, mas penso que, tendo eu visto 3 dos 5 filmes nomeados para Melhor Filme, como já escrevi aqui anteriormente, o Brokeback Mountain não merecia ganhar.
Ang Lee ter ganho o Oscar de Melhor Realizador, é questionável. É um muito bom realizador, mas significará isso que ele tenha sido o melhor do ano?
Quanto aos prémios de Melhor Actor e Melhor Actriz Principal, Philip Seymour Hoffman e Reese Witherspoon (respectivamente) eram os meus favoritos, acertei na previsão, o que fez ficar muito contente!
Em relação ao prémio de Actor Secundário, não posso comentar o facto de Clooney ter ganho porque não vi o filme Syriana. No entanto, penso que o prémio de Melhor Actriz Secundária para Rachel Weisz (O Fiel Jardineiro) foi merecido, sem dúvida!
O prémio de Melhor Argumento Adaptado é que eu penso que foi extremamente injusto, porque penso que o trabalho dos argumentistas de Brokeback Mountain a adaptar a "short story" de Annie Proulx em nada se compara com o trabalho dos argumentistas de Capote, Fiel Jardineiro ou mesmo de Munique.
Meryl Streep e Lily Tomlin, entregaram o Oscar Honorário a Robert Altman de uma forma muito criativa, divertida e talentosa (como seria de esperar destas duas grandes senhoras).
De resto, penso que foi uma cerimónia bastante melhor do que a do ano passado em termos de organização. Todos os nomeados para o prémio de Melhor Canção actuaram. Destaco para a imagem um tanto decadente de Dolly Parton que se apresentou em palco, completamente esquelética (pernas, ancas braços e barriga), com a cara muito "esticada", mas ainda com os seus implantes de silicone em forma de balão. Parecia uma personagem de Tim Burton.
Para o ano há mais!

segunda-feira, março 20, 2006

Oscars

LISTA DOS VENCEDORES NAS PRINCIPAIS CATEGORIAS:
MELHOR FILME

Colisão (Crash)

MELHOR REALIZADOR

Ang Lee - O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain)

MELHOR ACTOR e ACTRIZ PRINCIPAIS

Philip Seymour Hoffman - Capote
Reese Witherspoon - Walk the Line

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO George Clooney - Syriana

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA

Rachel Weisz - O Fiel Jardineiro (The Constant Gardener)

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO Wallace e Gromit: A Maldição do Coelhomem (Wallace & Gromit in the Curse of the Were-Rabbit)

MELHOR FILME DE LÍNGUA ESTRANGEIRA Totsi - África do Sul

MELHOR DIRECÇÃO ARTÍSTICA Memórias de Uma Gueixa (Memoirs of a Geisha) - John Myhre, Gretchen Rau

MELHOR CINEMATOGRAFIA Memórias de Uma Gueixa (Memoirs of a Geisha) - Dion Beebe

MELHOR GUARDA-ROUPA Memórias de Uma Gueixa (Memoirs of a Geisha) - Colleen Atwood

MELHOR DOCUMENTÁRIO

A Marcha dos Pinguins (March of the Penguins) - Jacquet e Yves Darondeau

MELHOR MONTAGEM Colisão (Crash) - Hughes Winborne

MELHOR CARACTERIZAÇÃO O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa: As Crónicas de Nárnia (The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe) - Howard Berger, Tami Lane

MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain) - Gustavo Santaolalla MELHOR CANÇÃO It’s Hard Out Here for a Pimp – Hustle & Flow, Música e letra de Jordan Houston, Cedric Coleman e Paul Beauregard

MELHOR SOM King Kong - Mike Hopkins and Ethan Van der Ryn
MELHORES EFEITOS SONOROS King Kong - Christopher Boyes, Michael Semanick, Michael Hedges e Hammond Peek

MELHORES EFEITOS VISUAIS King Kong - Joe Letteri, Brian Van’t Hul, Christian Rivers e Richard Taylor

MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain) - Larry McMurtry & Diana Ossana

MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL Colisão (Crash) - Paul Haggis & Bobby Moresco

ÓSCAR HONORÁRIO: Robert Altman

domingo, março 19, 2006

MGZNcinema III

MGZNcinema III

CAPOTE

Elenco: Philip Seymour Hoffman, Catherine Keener, Clifton Collins Jr., Chris Cooper Realizador: Bennett Miller Género: Biografia Drama Origem: EUA

"Em Novembro de 1959, Truman Capote, um escritor, lê um artigo no New York Times que descreve o homicídio que quatro membros da abastada família Clutter, no Kansas. Capote pensa que esta é a oportunidade de provar que a realidade pode ser tão emocionante como a ficção e convence a revista New Yorker a dar-lhe o caso. No Kansas os seus maneirismos e a sua estranha forma de vestir, dão origem a alguma hostilidade, mas acaba por ganhar a confiança do Agente Alvin Dewey, que lidera a investigação. Apanhados em Las Vegas, os homicídas são devolvidos ao Estado do Kansas onde são julgados e condenados à morte. Capote visita-os na prisão. O seu tema é agora mais profundo do que inicialmente imaginara: é o choque entre duas américas - o país seguro que os Clutter conheciam e o país desenraízado e amoral habitado pelos seus assassinos."
" (...) uma obra sólida, em que a força da caracterização do seu protagonista é ancorada por uma narrativa fluída, com o tempo certo e um excelente trabalho de argumento."
in Revista Premiere, Março 2006
Um filme muito bom, que revela uma pesquisa a fundo daquilo que ERA efectivamente Truman Capote, o que é uma coisa extremamente difícil de fazer, já que, como diz o actor Philip Seymour Hoffman, "Truman Capote era uma das pessoas mais ambíguas que se pode imaginar". É uma biografia, mas mostra apenas uma parte da vida de Capote, o antes, o durante e o depois da investigação do assassínio dos Clutter. Para ser mais directo, este filme mostra o que está por detrás do livro In Cold Blood (A Sangue Frio), obra-prima de Capote, que o considerava o primeiro romance não-ficção.
O realizador, Bennett Millerfaz, um trabalho excepcional (apesar de ser a sua primeira longha-metragem), o argumento é muito bom e a interpretação é excelente, tanto de Philip Seymour Hoffman (Truman Capote), como de Catherine Keener (Nelle Harper Lee, a fiel amiga/secretária/colega de Capote). Capote recebeu três nomeações para os Oscars da Academia: Filme, Actor (venceu), Actriz Secundária, Realizador e Argumento Adaptado.
Philip Seymour Hoffman tem uma interpretação inesquecível. Reproduz a maneira de falar e os tiques de Capote de uma forma super genuína. Não foi esquecido pelos críticos, nem pela Academia, já que venceu tanto o Globo de Ouro como o Oscar de Melhor Actor.
Classificação: 5 ESTRELAS

quinta-feira, março 16, 2006

Noite XL

A noite de sexta para sábado (10 para 11 de Março) vai ficar para sempre marcada na minha memória.
Denominado de Noite XL, este acontecimento organizado pelos Jesuítas, foi uma peregrinação nocturna em Lisboa que comemorou os 500 anos de São Francisco Xavier e simbolizou a última noite dele antes de partir em missão para o Oriente.
Começou nos Jardins em frente ao Palácio de Belém, às 22h00, onde mil e quinhentas pessoas vindas de todo o país e, também, de Espanha se juntaram.
Após a euforia do (re)encontro, sentámo-nos todos, ouvimos as palavras do Pe. Carlos Carneiro e vimos um espectáculo em que um bailarino dançou ao som de música clássica e, no fim, destapou um grande cartaz que tinha impresso o rosto de S. Francisco Xavier.
A seguir, um cacilheiro estava à nossa espera no cais de Belém. Embarcámos e partimos rumo ao Campo das Cebolas. O barco balançou serenamente enquanto cantámos. A meio da viagem, as luzes apagaram-se e, em silêncio, desfrutámos do espectáculo indescritível que é ver Lisboa, do Tejo, toda iluminada à noite.
Depois de termos atracado no Campo das Cebolas, subimos a colina com destino ao Castelo de S. Jorge. Mais uma vez, a vista era deslumbrante! Uma fila de pequenas velas e o som agradável de música medieval conduziram-nos para o interior do Castelejo, mesmo no centro do Castelo. No Castelejo, ouvimos as palavras de D. Carlos Azevedo, em representação do Cardeal Patriarca, vimos um filme (projectado numa enorme parede do Castelo) acerca dos Descobrimentos. Revivendo a última noite de S. Francisco, assistimos à recepção e aprovação do Rei e da Rainha ao Santo, que se despediu. Naquele ambiente medieval lindo, com as ameias iluminadas por velas, enquanto estávamos sentados no chão, um batalhão de pessoas da organização serpenteou no meio da multidão com caixas cheias de Pastéis de Belém. Sensacional! Depois dos pastéis, veio a festa, em que dançámos danças antigas ao som de uma banda de música medieval. Uma imagem espectacular: 1500 pessoas a dançarem dentro do castelo!
A seguir, descemos as ruelas em direcção à . A Sé encheu de tal maneira que muita gente (incluindo eu) teve de ficar sentada no chão. Assistimos a uma missa dada por um conjunto de padres jesuítas, entre eles, o Pe. Carlos Carneiro (responsável pela Noite XL), em que passei a conhecer melhor a vida de S. Francisco. Devido ao facto do Padre Carlos ser uma pessoa extremamente divertida, ouviram-se algumas gargalhadas gerais durante o final da celebração...
Saímos da Sé, passámos por de baixo do Arco da Rua Augusta e continuámos em peregrinação, junto ao rio, pelas Docas, até à Ponte 25 de Abril, sob a qual parámos para descansar (mil e quinhentas pessoas pararam para descansar, mesmo de baixo da Ponte!). Neste tempo de descanso, foram servidos chá quente e bolachas! Após o descanso e ceia (lanche? pequeno almoço? passava das cinco da manhã...), o Pe. Carlos propôs-nos duas possibilidades de oração: silêncio total, individual junto ao rio ou, “dois a dois, em conversa sobre a experiência de fé e missão”. Eu optei pela do silêncio, mesmo junto ao rio, conduzida pelo Pe. Nuno Tovar de Lemos, autor do livro que estou a ler, “O Príncipe e a Lavadeira” (e que tive o prazer de conhecer no fim da peregrinação). Cada pessoa levava uma vela acesa. Enquanto andava, de vez em quando eu olhava para trás e via uma imagem espectacular: uma fila interminável de velas das pessoas em peregrinação, ao mesmo tempo em que o Sol nascia! O nascer do Sol por detrás da Ponte, reflectido nas águas calmas do Tejo...
Durante este percurso, cada pessoa reflectiu em conjunto com Deus e “traçou o seu mapa de vida, a rota que o pode levar até Deus”. Este “mapa” foi deixado no Padrão dos Descobrimentos. No Padrão dos Descobrimentos, descobrimos (!) a estátua de S. Francisco Xavier.
Nos Jerónimos, saudámos Nossa Senhora, oferecendo-lhe, cada um, uma flor.
Por fim, junto à Torre de Belém, banhados por um Sol radioso e rodeados de candeeiros chineses, revivemos a chegada de S. Francisco à China com a dança do dragão chinês. A seguir, cada pessoa escreveu um papel que atou a um balão de hélio, e aproximadamente 2 mil balões coloridos foram lançados ao céu ao mesmo tempo. Mais uma imagem fabulosa. Todo o céu à nossa volta era uma mancha de cores. A mancha separou-se em pontos coloridos, naquilo a que o meu primo Pedro comparou a um enorme “McFlurry de M&M’s”.

Decididamente uma noite extremamente inspiradora, que não vou esquecer.

Ainda não tenho fotografias da Noite XL, porque me esqueci de levar máquina fotográfica, mas assim que tiver mostro. Para além de reportagens feitas por alguns canais de televisão, toda a noite foi documentada pela Agência Ecclesia, que vai passar a reportagem no Programa 70x7 do próximo Domingo, dia 19 - na :2 às 9h15 da manhã, com todos os momentos desta Noite XL.

terça-feira, março 14, 2006

FRIDA KAHLO no CCB

FRIDA KAHLO Vida e Obra

Por mais estranho que pareça, tenho andado tão ocupado que ainda não consegui ir ver a exposição da Frida!

Já ouvi falar imenso e todas as pessoas que conheço dizem que é muito boa e que vale mesmo a pena.

A minha professora de História da Arte diz que nunca viu um número de obras da Frida Kahlo tão grande.

É a maior colecção do mundo de pintura desta artista. Mais tarde darei a minha opinião, mas por agora, aconselho a todos irem ver (de preferência não ao fim-de-semana, porque está sempre com fila).

A Coluna Partida, 1944

51 anos após a sua morte, Frida Kahlo (1907-1954) continua a exercer um enorme fascínio pela sua arte controversa, os seus amores difíceis e o seu sofrimento físico. Depois da Tate Modern de Londres e da Fundación Caixa Galicia, em Santiago de Compostela, é a vez de Lisboa receber a maior e mais completa exposição sobre Frida Kahlo realizada nas últimas décadas, com obras provenientes do Museu Dolores Olmedo, no México a colecção mais importante que existe no mundo sobre a genial artista mexicana. Entre 1926, quando pintou o seu primeiro auto-retrato, e a sua morte em 1954, Kahlo produziu cerca de 200 imagens. A sua relação com o muralista Diego Rivera, com quem casou, constituiu o lançamento inicial da sua carreira, que no entanto se consolida pela sua força e qualidade.
Numa época de grande ebulição, em todos os sentidos, as importantes mudanças sociais e culturais não deixam de influir na vida e obra de Kahlo, que fez da sua vivência pessoal o tema principal dos seus quadros.Amante da cultura mexicana, em especial do mundo Azteca, esta artista autodidacta, descreveu o seu drama pessoal de forma muito crítica, através da figuração e da côr que utilizou de forma vibrante. Os seus quadros reflectiam o momento pelo qual passava e, apesar de muito "intensos", não eram Surrealistas como frequentemente foram designados - "Pensaram que eu era Surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade."
Do total de 26 obras apresentadas, destacam-se algumas das peças-chave da produção pictórica de la artista mexicana, como A Coluna Partida (1944), O Camião (1929), Unos cuantos piquetitos(1935), Hospital Henry Ford (1932) ou Auto-retrato com macaco (1945), entre outras.Esta exposição será completada com uma colecção de fotografias e objectos pessoais pertencentes àquele museu mexicano, e que oferecem um registo da vida de Frida Kahlo, desde a sua infância até à sua morte.


FRIDA KAHLO Vida e Obra Comissária: Josefina Garcá Hernadez, Museu Dolores Olmedo, México
Até 21 de Maio 2006 de Terça-feira a Domingo, das 10h às 19h Grande Hall do Centro de Exposições do CCB

Texto e imagem de www.ccb.pt