Criativity

sexta-feira, setembro 30, 2005

Matisse

Henri Matisse, fotografia de Henri Cartier-Bresson, 1944

quinta-feira, setembro 29, 2005

Diário Gráfico

Um desenho tirado do meu diário gráfico.
A propósito de diários gráficos, quem estiver interessado neste assunto pode consultar o site www.diariografico.com onde vai encontrar excertos de diversos cadernos de artistas conhecidos e desconhecidos. Um bom site para vermos ideias diferentes das nossas e para alargarmos o nosso horizonte no que diz respeito às possibilidades quase infinitas que temos.

domingo, setembro 25, 2005

Frases da Semana

23.09.05, sexta-feira
"Um bom vendedor não é aquele que vende até a mãe. É aquele que, além de a vender, passa o recibo e manda entregar."
Edson Athayde
24.07.05, sábado
“A esperança é essa coisa com penas...”
Emily Dickinson
25.07.05, domingo
"Como estava enganada Emily Dickinson! A esperança não é 'essa coisa com penas'. Coisa com penas é o meu sobrinho. Tenho de o levar a um especialista de Zurique."
Woody Allen

Lisboa escrita por Sophia e fotografada por mim

Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen gravado num dos bancos do
Castelo de S. Jorge
(carregar sobre a imagem para ver em maiores dimensões)

sexta-feira, setembro 23, 2005

19º dia

Hoje o Criativity faz 19 dias! Não é nada de especial, eu sei, mas para mim é muito bom pensar que o tenho conseguido "manter".
Espero que estejam a gostar.
Queria agradecer a quem tem feito comentários aos meus posts, pois têm-me dado muita força e motivação para continuar.
Para comemorar o 19º dia criei uma nova "secção", a Frase do dia. Espero conseguir colocar frases novas todos os dias...
Obrigado a todos.

quinta-feira, setembro 22, 2005

(E)mail

Poucas coisas nos deixam tão contentes como receber um postal ou uma carta. Sendo feitos por quem nos enviou ou comprados; com um desenho ou uma fotografia; com bonecos ou lindas paisagens; com desejos de feliz aniversário ou a contar o quanto uma viagem está a ser fantástica. Numa época em que (quase) sempre que abrimos a caixa do correio só vemos contas para pagar, ver um postal é sempre algo que nos relembra de que a vida é uma coisa maravilhosa e de que vale a pena vivê-la só para desfrutar destes pequenos momentos de gozo.
Faço colecção de postais. Não porque goste de fazer colecções, mas porque gosto de comprar um sempre que vou a um sítio que não conheço. De vez em quando abro a caixa onde guardo os postais e revejo/releio todos. É parte da minha vida, da minha memória - as viagens, as aventuras, as praias, as cidades, as pessoas.
Todos os anos, no meu aniversário, um dos presentes que mais gosto de receber é o postal enviado pela minha irmã Rita e a sua família. Vem sempre dentro de um envelope colorido, com dois selos: um tem o busto da rainha Elizabeth II (quando era nova); o outro é azul e diz "by air mail - par avion". Receber este postal, é como se eles, apesar de não poderem vir passar o dia comigo, estivessem de alguma maneira ali, naquele cartão colorido e escrito daquela maneira gira e divertida como só a Rita o sabe fazer. Tenho-os todos guardados.
Com as novas tecnologias, hoje em dia, mandamos quase tudo por email e esquecemo-nos do verdadeiro valor de uma carta (ou postal). A carta é escrita à mão e, talvez por isso, torna-se mais pessoal e mais real. Está nas nossas mãos, é palpável. Não é a mesma coisa que imprimir um email e ficar com uma página branca, que nunca foi tocada por ninguém, escrita com letra de computador.

quarta-feira, setembro 21, 2005

David Hockney

"Nasceu em 1937 em Bradford (Yorkshire).
Pintor, gravador e fotógrafo.
(...) Desde 1982 fez colagens Polaroid, combinando o princípio cubista da simultaneidade com sequências crono fotográficas. No final dos anos 80, aparecem os primeiros desenhos abstractos, realizados em quadricromia por computador e fotocopiadora. A tendência de Hockney para pinturas acrílicas frias e desagradáveis levou à classificação das suas obras como Pop Art, um rótulo que lhe desagradava. Em pinturas baseadas nas suas fotografias, desenvolveu um realismo estilizado."


Arte do Século XX, Vol. II; Taschen, 2005

Alguns quadros e montagens fotograficas de Hockney
(clicar nas figuras para ver em tamanho grande)

Portrait of an Artist (Pool with Two Figures)
1971
Acrílico sobre tela
84 x 120 in. (214 x 304.8 cm)


Three Chairs with a Section of a Picasso Mural
1970
Acrílico sobre tela
48 x 60 in. (122 x 152.4 cm)




A Bigger Splash
1967
Acrílico sobre tela
243,8x243 cm





Mother I, Yorkshire Moors, August 1985 #1
1985
Colagem fotográfica
47x33 cm





My Mother, Bolton Abbey, Yorkshire, Nov. 82 #4
1982
120,7x69,9 cm

quinta-feira, setembro 15, 2005

Presos no metro

Descemos as escadas da estação de metro da Avenida da Liberdade (Avenida), em Lisboa e comprámos o bilhete. Estávamos na linha azul e, para regressar a Cascais, tínhamos de ir até à estação Baixa-Chiado, mudar para a linha verde e sair no Cais do Sodré. Estávamos numa terça-feira, dia 13 de Setembro, por volta do meio-dia.
Entrámos no comboio e sentámo-nos despreocupadamente. Começámos a conversar, conversar, conversar... até que a certa altura, olho para frente e para trás e vejo que não estava mais ninguém dentro do comboio. Estávamos parados na estação Baixa-Chiado e as portas do comboio já estavam fechadas. De tão distraídos que estávamos a conversar, nem reparamos que o comboio tinha parado e que todas as outras pessoas tinham saído.
- Hum... Ana, acho que já devíamos ter saído - disse eu.
Levantámo-nos e vimos que não conseguíamos sair.
O comboio recomeçou a andar.
- E agora, para onde é que isto vai, Francisco??? - perguntou nervosa.
- Agora vamos para as garagens do metro... - respondi, tentando parecer calmo. Passaram-me mil e um pensamentos na cabeça em poucos segundos - Temos de ir falar com o maquinista.
Enquanto o comboio andava, dirigimo-nos à parte da frente da carruagem à frente da nossa e eu bati à porta. Ninguém respondeu. Bati outra vez. Nada.
- Francisco, insiste!!
Continuei a bater e nada. Diversas perguntas desagradáveis ocupavam-me a cabeça. Teria o maquinista saído na última estação? Estaria o comboio a ser arrumado através de comandos à distância? Quanto tempo ficaríamos ali fechados? Não disse nada disto à Ana, pois só a iria enervar mais, mas sabia que ela de certeza que estava a pensar no mesmo. Lembrei-me de uma cena do filme Vulcano, em que as pessoas ficam presas nos túneis do metro...
O comboio parou num estreito túnel e as portas do lado esquerdo abriram-se. Existia uma pequena passadeira de grade para onde desci. A Ana meteu um pé na passadeira, mas deixou o outro pé dentro do comboio, “não fossem as portas fecharem-se...”.
Fora do comboio olhei para a frente e só aí me apercebi de que não estávamos na primeira carruagem, estávamos a meio do comboio, ou seja, tinha estado a bater na porta errada. Passámos os dois para a carruagem da frente e caminhámos em direcção à porta do maquinista. Íamos a meio do caminho, quando o Maquinista abre a porta.
- Então e agora? - perguntou-nos divertido.
- A... desculpe, íamos distraídos... - respondi eu.
- Mas não podem ir distraídos - continuou ele, rindo-se.
- E agora, o que fazemos? - perguntou a Ana.
- Agora ficam aqui. O comboio já vai partir para o cais da Baixa-Chiado.
O Maquinista continuou a andar, saiu do comboio e desapareceu.
Sentámo-nos, aliviados e desatámo-nos a rir.
Passados poucos minutos, as portas fecharam-se e o comboio recomeçou a andar.
Quando estávamos a chegar à estação Baixa-Chiado, já o cais estava cheio de pessoas que esperavam pelo comboio onde estávamos. O comboio parou.
- Já viste as caras das pessoas que estão lá fora a olhar para nós? - perguntou a Ana divertida ao ver as caras de espanto das pessoas, enquanto as portas não se abriam.
Eu ri-me. Naquela altura, era a única coisa que eu conseguia fazer.
As portas abriram-se. Saímos. As pessoas entraram.
- Isto só a mim! Estas coisas só me acontecem a mim - disse eu.
- A ti e a mim! - disse a Ana.

segunda-feira, setembro 12, 2005

Alentejo




O Alentejo é um dos lugares mais bonitos do país.
Os sobreiros são a sua maior riqueza, fazendo de Portugal um dos maiores produtores mundiais de cortiça. As suas praias são as melhores, virgens e intermináveis. E os seus vinhos têm tido muito sucesso tanto nacional como internacionalmente.
É uma das poucas regiões portuguesas "não estragadas" pois, infelizmente, muito do nosso país está cheio de atentados arquitectónicos, nomeadamente, as chamadas "casas de emigrante", projectadas por patos-bravos. O fenómeno das marquises continua a alastrar; os aparelhos de ar condicionado são pendurados nos sítios mais incríveis (até os edifícios da Praça do Comércio, em Lisboa, têm alguns a estragar a beleza das suas janelas pombalinas); e os centros comerciais florescem de norte a sul, como nunca foi visto em nenhum outro país civilizado.
O Alentejo é uma das excepções. Continua bonito porque não é possível construir mais nada, apenas reconstruir/recuperar/remodelar as casas já existentes. Por isso, é uma grande planície forrada de sobreiros que é verde no Inverno, amarela no Verão e pontilhada aqui e ali com pequenos montes caiados de branco, com uma risca pintada. Há casas com risca azul escura, amarela, cinzenta, verde, laranja, e muitos tons destas e de outras cores. A risca personaliza cada monte e transmite alegria e cor.
Esta região esteve ameaçada pelo perigo da desertificação durante muitos anos, mas neste momento, este problema está a ser combatido eficazmente, através da plantação de árvores nas regiões mais áridas(principalmente pinheiros), o que enriquece os solos e reduz a exposição solar intensa a que a terra é sujeita, tornando-a fértil de novo.
É preciso continuar a proteger e preservar o Alentejo para que continue a ser um lugar único no mundo.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Apagam-se as luzes

Apagam-se as luzes. Tento encontrar a posição mais confortável na cadeira. Por momentos, a única coisa que ouço é o barulho de dezenas de pessoas a mastigar ferozmente as estaladiças pipocas.
Começam os anúncios. Em poucos minutos passam centenas de imagens freneticamente em frente aos meus olhos, mal tenho tempo para as separar e digerir. Brevemente isto... no Inverno aquilo... em DVD não sei o quê... compre a banda sonora de não sei que mais... Já tenho os olhos a doer e as lentes a secar. Mas de repente, pára tudo, só consigo ouvir o barulho das pipocas até que, por fim, começa o filme. O senhor que está à minha frente é alto demais para estar sentado a meio da sala (o que faz com que eu tenha uma grande cabeça a dividir o ecrã em dois), miúdo que está atrás de mim não pára de dar pontapés nas minhas costas, à direita, um grupo de pré-adolescentes não se cala, e a senhora idosa duas filas mais à frente não consegue parar de fazer barulho com a palhinha, enquanto bebe o seu "balde" de Coca-Cola. Por fim, passado pouco tempo, as pipocas acabam (pois a maioria das pessoas devora o pacote todo antes de começar o filme), as pessoas calam-se, afundam-se nas cadeiras e deixam de se mexer. Já consigo ver o ecrã inteiro e já fiz uma cara tão ameaçadora ao miúdo de trás, que até consegui surpreender-me a mim próprio, e consegui que ele parasse de dar pontapés.
É esta a "rotina" pré-filme. Apesar de, por vezes, despertar em mim perigosos pensamentos assassinos inéditos, vale a pena.

Há pouco tempo, aprendi a distinguir dois tipos de filmes distintos, o cinema mais comercial e o cinema mais artístico. Isto fez-me pensar mais quando tenho de escolher um filme: entretenimento ou arte? Histórias "light" ou histórias mais complexas e fundamentadas que nos fornecem mais cultura geral? Peter Jackson (Lord of the Rings) ou Bernardo Bertolucci (The Dreamers)? Simon West (Tomb Raider) ou Roman Polanski (The Pianist)?
Adoro cinema. As pessoas de hoje em dia deviam ir mais ao cinema, deixarem de dizer que "não têm tempo", pois o tempo são as próprias pessoas que o fazem.


O cinema leva-nos ao passado, ao presente e ao futuro. Faz-nos viajar por todo o mundo, conhecer Nova Iorque, Kuala Lumpur, o Hawaii, o Quénia, Las Vegas, o México, Veneza, o Egipto, a Lua... e também terras e planetas fantásticos com habitantes mais fantásticos ainda. Personagens como a Miss Piggy, Daniel Ocean (Ocean's 11, Ocean's 12), os 101 Dálmatas, o Conde de Monte Cristo, o Rei Artur, o Burro (do Shrek), James Bond, Vincent Vega (John Travolta, Pulp Fiction), Batman, Superman, Silvia Broome (A Intérprete), o Rei Leão, a Branca de Neve, Mr. Bean, Vivian Ward (Julia Roberts, Pretty Woman), Hércules, Maggie Fitzgerald (Million Dollar Baby), e muitos outros, tornam-se (quase) realidade e, por momentos, acreditamos fielmente que afinal a Julia Roberts chama-se Vivian e Richard Gere, Edward; que Eddie Murphy é um Burro e que Cameron Diaz é uma princesa, que se transforma num monstro verde à noite; que Anthony Hopkins é o assassino Hannibal Lecter e Jodie Foster é Clarice Starling, uma agente do FBI.
É assim, a 7ª arte.

domingo, setembro 04, 2005

Um outro mundo


"New York", 1947 - Henri Cartier-Bresson

Talvez uma das minhas fotografias preferidas.
Desde que li um artigo da Agenda Cultural de Lisboa deste mês (Setembro), tenho pensado muito sobre o conceito de cidade e a relação que os seus habitantes têm com o meio à sua volta. Para além das grandes e largas avenidas sempre muito movimentadas, existe um "outro mundo" em quase todas as cidades, o mundo das ruas transversais mais estreitas, o mundo dos pequenos bairros de prédios mais baixos, o mundo dos pequenos largos, onde o merceeiro conhece as pessoas pelo nome, o mundo cheio de espaços verdes. Um mundo onde as pessoas têm uma vida menos agitada, e onde costumam ser mais felizes, devido às relações quotidianas que estabelecem com os vizinhos e com os comerciantes.
É isso que esta fotografia mostra, a verdadeira Big Apple, mais pacata e mais humana, no meio dos arranha-céus.
É preciso manter este "mundo".

Create + Activity

blogs... o que custa não é criá-los, é mantê-los!
Espero conseguir manter este e torná-lo interessante e divertido.
Espero que gostem do nome, é algo que me define.