Criativity

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Frase do dia 27 de Fevereiro

"Não somos imortais (...). Mas, pior do que isso, aqueles que amamos também não o são. Se a vista cansada se instala,muitas vezes por esta altura a miopia melhora e somos capazes de distinguir horizontes mais longínquos. E aí sobram-nos duas opções: morremos em vida de tal forma assustados pela morte, ou entender e aceitar que o facto de termos todos prazo de validade só nos deve 'obrigar' a gozar com mais intensidade o momento presente."
Isabel Stilwell
"Notícias Magazine" nº 718, 26.02.06

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

MGZNcinema II

MGZNcinema II

Walk The Line

Elenco: Joaquin Phoenix, Reese Whitherspoon, Ginnifer Goodwin, Robert Patrick Realizador: James Mangold Género: Biográfico Musical
"Até ver, Walk the Line marca a melhor interpretação das carreiras de Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon no cinema, respectivamente nos papéis de Johnny Cash e June Carter. Adaptado das autobiografias Man in Black: His Own Life in his Own Words e Cash: The Autobiography, o filme foi desenvolvido em colaboração estreita com a dupla de cantores, antes da morte de ambos em 2003. A história tem início durante a infância de Cash no Arkansas, em plena Grande Depressão, e segue o cantor através dos loucos primórdios da sua carreira (pela estrada fora, com futuras lendas como Elvis Presley, Jerry Lee Lewis e Roy Orbison) até à consagração absoluta, numa altura em que chegou a vender mais que os Beatles. Pelo meio, há fases de queda e ascensão, crises pessoais motivadas pela dependência das drogas e por comportamentos erráticos, e, principalmente, uma conturbada, mas redentora relação com a cantora June Carter. O realizador e co-argumentista James Mangold sublinha que a história não é um prodígio ou de uma ambição desemdida. Ele começou tarde, aprendeu sozinho a tocar guitarra e teve poucos incentivos. Ninguém lhe foi bater à porta quando ele se mudou para Memphis. Mas o John foi esperto o suficiente para se integrar na Sun Records, no grau zero da revolução musical. Rodeado de imenso talento, John tornou-se algo que nenhum dos outros conseguiu ser – um contador de histórias intemporal e uma lancinante voz das sombras. As suas canções eram tão únicas, tão pessoais… Acima de tudo, o aliciante foi a oportunidade de fazer um filme sobre uma das grandes histórias de amor. Há algo de mágico na ideia de que, por uma década, o único lugar onde John e June conseguiam estar juntos sozinhos era em cima de um palco à frente de 10 mil pessoas. James Mangold é o grande mentor do filme e já realizou obras como Cop Land – Zona Exclusiva, Vida Interrompida e Kate & Leopold."
in Revista Premiere, Fevereiro 2006

Cada vez mais me convenço que sou um inculto. Nem sequer sabia da existência destas duas pessoas - Johnny Cash e June Carter! Incrível. Acredito que muitos dos portugueses também não os conheçam e achem que não vale a pena ver o filme porque se trata de um estilo de música que "não nos diz nada". Mas estão totalmente errados.
Trata-se de um filme muito bom sobre a vida de Johnny Cash que é extremamente rica, não se trata apenas de um longo videoclip, como as pessoas pensam.
Joaquin Phoenix, já todos sabíamos que é um excelente actor - as suas interpretações, principalmente nos filmes Gladiador (no qual recebeu o Óscar de Melhor Actor Secundário), Sinais e A Vila, são memoráveis - agora Reese Witherspoon, foi uma surpresa! Habituados a vê-la em comédias light, nunca ninguém pensou que pudesse passar daquilo. A actriz tem uma interpretação fantástica. Phoenix tem aqui, também, sem dúvida o seu melhor desempenho. Não existe playback em Walk the Line, ambos os actores aprenderam a cantar e Phoenix aprendeu também a tocar guitarra, o que enriqueceu bastante o filme.
A história é fantástica e centra-se sobretudo na relação de Cash com June Carter.
Este filme está nomeado para 5 Óscares, entre os quais o de Melhor Actor e Melhor Actriz, é um forte candidato. Ganhou 3 Globos de Ouro, o de Melhor Filme Musical ou Comédia, Melhor Actriz num Filme Musical ou Comédia e Melhor Actor num Filme Musical ou Comédia. E ganhou os BAFTA de Melhor Actriz e Melhor Som.
Aconselho a todos, irem ver, é um filme espectacular.
Classificação: 5 ESTRELAS

Munique - Munich


Elenco: Eric Bana, Daniel Craig, Ciarán Hinds, Mathieu Kassovitz, Hanns Zischler, Geoffrey Rush Realizador: Steven Spielberg Género: Drama Thriller
"Em Setembro de 1972 um ataque terrorista sem precedentes desenrola-se perante 900 milhões de telespectadores por todo o globo, anunciando um admirável mundo novo de imprevisível violência. Decorria a segunda semana dos Jogos Olímpicos de Verão, em Munique, na Alemanha Ocidental - os jogos que haviam sido apelidados “Jogos da Paz e da Alegria” - quando, sem aviso, um grupo extremista Palestiniano, designado como “Setembro Negro”, invadiu a Aldeia Olímpica, matando dois membros da equipa Olímpica Israelita e capturando nove elementos como reféns. A tensa espera e o trágico massacre que se seguiu foram transmitidos com estonteante iminência pela televisão perante uma audiência internacional, terminando 21 horas mais tarde quando o pivot Jim McKay proferiu as terríveis palavras: “They’re all gone”. Enquanto o terror de Munique foi visto e sentido em todo o Mundo, o altamente confidencial rescaldo do evento permaneceu em grande parte uma incógnita. Agora Steven Spielberg apresenta “Munique”, um envolvente thriller baseado nos eventos ocorridos em 1972 e na missão de retaliação que se seguiu - designada pela secreta israelita como “Operação Ira de Deus” - um dos mais ousados e agressivos planos de assassinato na história dos nossos dias. Em mordaz, vívido e humano detalhe o filme leva-nos até um momento escondido na História que lida com muitas das emoções das nossas vidas actuais. No centro da história está Avner (Eric Bana), um jovem patriota israelita, oficial dos serviços secretos. Ainda de luto pelo massacre e enfurecido pela barbaridade do mesmo, Avner é contactado por Ephraim (Geoffrey Rush), um oficial da Mossad, que lhe apresenta uma missão inédita na história israelita. Avner terá de deixar a sua mulher grávida, abdicar da sua identidade e embarcar como infiltrado numa missão que visa perseguir e matar os 11 homens acusados pela secreta israelita de terem arquitectado o ataque em Munique."

Condeno o que aconteceu em Munique e o meu filme é um tributo à memória dos atletas de Israel que foram assassinados. Não se resume a uma história de bons e maus.
Steven Spielberg
Gostei muito. É um thriller emocionante. Muito bem filmado e montado, de uma maneira quase "televisiva".
O argumento é muito bom, para além de retratar os factos reais que aconteceram em 1972, revela também uma parte criativa grande por parte dos argumentistas. Sabia-se que tinha acontecido o atentado e que tinha existido a “Operação Ira de Deus”, de vingança por parte de Israel, agora, não se sabia era quem é que tinha feito parte dessa operação, ou seja, os argumentistas inventaram os cinco personagens principais, cada um com a sua especialidade, e entraram mesmo na vida pessoal de um dos agentes da Mossad, Avner (a sua mãe, a sua mulher e o nascimento do filho).
O que mais me fez pensar, foi que esta história foi passada há mais de 30 anos e que hoje, o conflito entre israelitas e palestinianos continua praticamente igual ao retratado no filme. Spielberg foca a questão da vingança: valerá a pena? Tanto a imprensa israelita como palestiniana desautorizaram o filme, o que confirma, em certo sentido, a sua objectividade.
Munique está nomeado para 5 Óscares - Melhor Filme, Realizador, Argumento Adaptado, Montagem, Banda Sonora.
Classificação: 4 ESTRELAS

Que acharam destes filmes?

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Obrigado pelos comentários que têm feito!
Têm realmente sido sinceros e sido, para além de feedback, uma mais valia para o blog.
Ontem fui ver mais dois filmes, o Munich e o Walk the Line.
Estou com pouco tempo mas, assim que puder, escreverei sobre eles.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

MaGaZiNe 2 - MGZNcinema

MGZNcinema
Optei por inovar um bocadinho e partilhar um pouco as minhas experiências recentes no campo do cinema. Para cada filme há uma pequena sinopse seguida de um comentário escrito por mim e a minha classificação em
ESTRELAS:
sem estrelas = Péssimo
1 estrela = Fraco
2 estrelas = Razoável
3 estrelas = Bom
4 estrelas = Muito Bom
5 estrelas = Magnífico


O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN - BROKEBACK MOUNTAIN

Elenco: Heath Ledger, Jake Gyllenhaal, Linda Cardellini, Anna Faris, Anne Hathaway, Michelle Williams Realizador: Ang Lee Género: Drama
"De Ang Lee - realizador consagrado com um Óscar - chega-nos uma épica história de amor baseada num conto da vencedora de um Prémio Pulitzer Annie Proulx – “O Segredo de Brokeback Mountain”. Wyoming, 1963. Ennis Del Mar e Jack Twist conhecem-se quando procuram emprego no rancho de Joe Aguirre. Ambos parecem ter certezas quanto ao que querem da vida – um emprego estável, um casamento feliz e uma família constituída. Quando Aguirre destaca Ennis e Jack para trabalharem na remota região de Brokeback Mountain, os dois jovens sentem-se unidos por uma força maior que resulta numa relação de camaradagem e intimidade profunda. Grande vencedor do Leão de Ouro no último Festival de Veneza, “O Segredo de Brokeback Mountain” é um espantoso filme sobre o poder do amor que tem como pano de fundo as deslumbrantes paisagens de Wyoming e do Texas."


Nomeado para 8 Óscares, entre eles o de Melhor Filme, Actor, Actor Secundário, Actriz Secundária e Realizador, é considerado o "favorito". Ganhou os Globos de Ouro de Melhor Filme Drama, Realizador e Argumento. No entanto, apesar da beleza da fotografia, da boa realização e das excelentes interpretações dos actores, não achei o filme "fantástico" como a muitas das pessoas. Eu sei, parece que me estou a contradizer. É um bom filme, mas ganhou protagonismo sobretudo pelo polémico tema. Esperava mais da história, é um romance entre dois cowboys gays e pouco mais.
CLASSIFICAÇÃO: 3 ESTRELAS

(tinha dado 4, mas arrependi-me. Peço desculpa a indecisão!)

MATCH POINT

Realizador: Woody Allen Elenco: Scarlett Johansson, Jonathan Rhys-Meyers, Emily Mortimer, Matthew Goode Género: Drama Romance Origem: EUA Reino Unido
Match Point é a história de um jovem, da sua ascensão na sociedade e as terríveis consequências da sua ambição. No meio de duas mulheres, o protagonista, sem saída, recorre a medidas extremas. O elenco é todo Inglês e o ambiente gira em torno da classe alta Inglesa, com Scarlett Johansson no papel da bela rapariga Americana que interfere entre Jonathan Rhys Meyers e a sua mulher Emily Mortimer. Matthew Goode é o abastado irmão de Emily, que inicia os eventos trágicos.

Genial! Adorei. Um argumento fantástico, uma realização e interpretações espectaculares. Um dos melhores filmes que já vi e com toda a certeza um dos melhores filmes do ano. Um enredo que aborda temas como a sorte, o amor, o crime e a infidelidade, de uma forma genial (o adjectivo mais apropriado!).
Tenho pena que a Academia se tenha esquecido dele... Está nomeado apenas para o Oscar de Melhor Argumento Original.
Sem palavras!
CLASSIFICAÇÃO: 5 ESTRELAS

ORGULHO E PRECONCEITO - PRIDE AND PREJUDICE


Realizador: Joe Wright Elenco: Keira Knightley, Matthew MacFadyen, Brenda Blethyn e Donald Sutherland
Género: Romance Drama Origem: Reino Unido
Pride and Prejudice, do realizador Joe Wright, é baseado no romance “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen, já levado às telas de cinema e televisão inúmeras vezes. Londres, século XIX. Durante um baile, Elizabeth Bennet, jovem sensível e determinada, conhece Fitzwilliam Darcy, cavalheiro rico, arrogante e rude. Enquanto os amigos de ambos flirtam, os dois entram numa relação de amor e ódio, e Elizabeth aos poucos descobre que Darcy não é tão desagradável quanto parece.


Confesso que fui ver ao cinea por causa das 4 nomeações para Óscares, principalmente as de Melhor Actriz (Keira Knightley) e de Guarda-Roupa. Foi também nomeado para melhor banda sonora. Adoro filmes de época. Fiquei surpreendido com a interpretação de Keira Knightley (muito natural e sincera) e da atenção dada aos detalhes, nomeadamente no guarda-roupa e nos próprios cenários (o palácio de Mr. Darcy é fabuloso). Os diálogos estão muito bem escritos (ou não fosse este, um filme baseado numa obra de Jane Austen).
Merece ser visto, mesmo por quem não goste muito de filmes ditos "lamechas" (como é o meu caso).
Classificação: 4 ESTRELAS


MÁQUINA ZERO - JARHEAD

Realizador: Sam Mendes Elenco: Jake Gyllenhaal, Scott MacDonald, Lo Ming, Kevin Foster, Jamie Foxx
Género: Acção Drama Guerra Origem: EUA
“Máquina Zero” acompanha as reflexões de ‘Swoff’, um fuzileiro, tanto no acampamento como em missão, carregando o equipamento às costas através do deserto do Médio Oriente, sem qualquer protecção contra o calor intolerável e com os soldados iraquianos sempre potencialmente à espreita no horizonte. Swoff e os seus companheiros aguentam-se com humor sardónico no deserto escaldante, num país que não compreendem, enfrentando um inimigo que não conseguem ver, por uma causa que lhes passa ao lado. Um relato irreverente e verídico de uma guerra decorrida há uma década, “Máquina Zero” é alinhavado com humor negro e episódios tão surrealistas como tocantes, trágicos e absurdos.

Baseado no relato feito por um marine que esteve na Guerra do Golfo, este filme faz lembrar muito Full Metal Jacket - Nascido Para Matar, de Stanley Kubrick, devido ao retrato da vertente psicológica da guerra. Muito bem realizado, como Sam Mendes já nos habituou (em Beleza Americana, 1999 e Caminho Para a Perdição, 2002) mas, sobretudo, muito bem interpretado. Jack Gyllenhaal, com o papel principal tem um desempenho espectacular. Jamie Foxx também tem um bom empenho, mas o seu papel é demasiado pequeno.
Classificação: 4 ESTRELAS
PROPONHO QUE FAÇAM COMENTÁRIOS SOBRE OS FILMES QUE JÁ VIRAM :)
Textos em itálico citados de www.castellolopescinemas.com

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Frases da semana - XVIII a XXI

Eu sei, eu sei! Tenho ido muito ao cinema e não tenho dito nada aqui no blog. Estou a escrever os textos. Vou tentar publicar amanhã uma sinopse e a minha opinião em relação aos 4 últimos filmes que vi: Máquina Zero, Orgulho e Preconceito, Match Point e O Segredo de Brokeback Mountain. Peço desculpa a demora!
Para já, as frases das últimas semanas:

17.01.06 - "Eles 'andem' aí..." Anónimo

18.01.06 - "Quero é viver!" António Variações

20.01.06 - "He would make a lovely corpse." Charles Dickens

24.01.06 - "Se as opiniões dessem fruto, Portugal seria o pomar do mundo. Por cada português e para cada assunto há, pelo menos meia dúzia de opiniões por dia. " Inês Pedrosa, Expresso 20.01.06

25.01.06 - "Happy Birthday, Mr. President... Happy Birthday to you...!" Marilyn Monroe


26.01.06 - "Mais importante que andar é descalçar os sapatos" frase gravada numa das paredes da estação de metro do Cais do Sodré, Lisboa

27.01.06 - "Se você exerce a sua vocação, metade da sua vida está resolvida..." Fernanda Montenegro, in programa Vídeo Show, canal GNT


29.01.06 - "Com a nova lei dos galheteiros o azeite, para além de extravirgem, também tem de ser inviolável: só pode ser a nossa mãezinha. Mais ninguém neste mundo horrível de alternes e adultérios reúne tais condições." Miguel Esteves Cardoso, Expresso 20.01.06

30.01.06 - "Charity never humiliated him who profited from it, nor ever bound him by the chains of gratitude, since it was not to him but to God that the gift was made." Antoine de Saint-Exupery

01.02.06 - "No momento em que recebi a notícia, tive vontade de chorar. Mas não queria sentir pena de mim e usei esse sentimento para brigar contra a doença" Raul Cortez sobre a sua luta vitoriosa contra o cancro, entrevistado por Marília Gabriela


02.02.06 - "If there were no bad people, there would be no good lawyers." Charles Dickens

10.02.06 - “Aceitem-me na minha intensidade. Aceitem-me assim. Aceitem-me.” Helena Almeida, Artista Plástica

12.02.06 - "(...) a principal carência dos portugueses é o amor próprio: falamos, falamos, falamos para não pensar" Inês Pedrosa, Expresso 20.01.06

domingo, fevereiro 12, 2006

Opinião: Inês Pedrosa

"Se as opiniões dessem fruto, Portugal seria o pomar do mundo. Por cada português e para cada assunto há, pelo menos meia dúzia de opiniões por dia. A profusão dos blogues nacionais e a animação das suas caixas de mensagens são o sinal mais sofisticado desta vertigem opinativa. Do futebol à política, das artes à economia, toda a gente tem algo a dizer sobre absolutamente tudo.(...) O problema deste dilúvio verbal é afinal a causa do nosso atávico atraso. O tempo que passamos a 'mandar vir' (expressão coloquial e concreta do nosso abstracto sebastianismo) é o tempo que nos falta para, de facto, nos movermos para algum lugar. Com a agravante de que este 'mandar vir' tem tanto de tonitruante como de temporário (...). Há tempos, no meio de um debate intenso (não interessa sobre o quê, aliás, raramente interessa) confessava-me o meu interlocutor: 'Estou a apanhar a tua ideia. Aliás o meu problema é esse: tenho uma ideia, defendo-a, mas depois se uma pessoa me explica a ideia contrária fico com a ideia dela". Se, como incessantemente escreveu Roland Barthes, toda a linguagem é um pedido de amor, a principal carência dos portugueses é o amor próprio: falamos, falamos, falamos para não pensar, falamos para que nos reconheçam quando falamos, falamos para preencher o medo que temos de que alguém repare que não existimos para lá desse discurso infinito. (...) Tememos não estar à altura da História que nos coibe, da História em que já não nos sentimos capazes de caber.Mas podemos voltar a caber na nossa História. (...) É só decidirmos agir, serenamente, em vez de mandar vir."
In Expresso, 20.01.06

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

INTUS de Helena Almeida

Intus - exposição de Helena Almeida

Eu Estou Aqui (2005)

“Aceitem-me na minha intensidade. Aceitem-me assim. Aceitem-me.”
Helena Almeida
Artista Plástica

Esta exposição foi a representação portuguesa à 51ª Bienal de Veneza e foi comissariada por Isabel Carlos. A exposição mostra a série de fotografias Eu Estou Aqui (2005), criada para esta Bienal, uma obra de 1977, Tela Habitada, que funcionará como introdução ao “trabalho”, e o vídeo A Experiência do Lugar II (2005).
Esta exposição representa um exemplo da obra de Helena Almeida a partir da década de 90, que se tem vindo a destacar a relação entre o corpo e o espaço (por exemplo, o espaço do seu atelier), “o corpo esconde-se e expõe-se simultaneamente, dobra-se e desdobra-se através de uma coreografia mínima de gestos e posturas. (…) Os limites do corpo, mas também os limites e as fronteiras das diferentes linguagens artísticas, estão claramente presentes em INTUS, através de algum humor, mas também de uma completa entrega da artista a si própria e à obra.” (Newsletter da F. C. Gulbenkian, Jan.06).

Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão da Fundação Calouste Gulbenkian, Galeria de Exposições Temporárias. Edifício situado nos jardins da Fundação. (Muito perto do El Corte Inglés) Metro: Estação S. Sebastião
Até 26 de Março, de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Entrada livre.

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Helena Almeida nasceu em Lisboa, em 1934, onde vive e trabalha.
Estudou Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
Os seus trabalhos têm estado presentes em exposições por todo o mundo desde os anos 60, em cidades como Lisboa, Porto, Madrid, Nova Iorque. A sua primeira exposição individual foi em 1967. Participou nas Bienais de São Paulo (1979), Veneza (1982 e 2005), Istambul (1997), Santa Fé (1999), Sidney (2004), entre outras. A maioria das suas obras pertence a diversas colecções particulares e públicas, nacionais e internacionais.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

O olhar Fauve


Inaugurada a 13 de Janeiro, esta é a primeira exposição dedicada ao Fauvismo, realizada em Portugal.
É constituída por um grande número de obras, pertencentes ao Musée des Beaux-Artes de Bordeaux, de artistas como Henri Matisse, Albert Marquet, Pierre Auguste Renoir, Oskar Kokoscka, Auguste Chabaud, Chaïm Soutine, Jean Puy, André Lhote, Othon Friesz, Louis Valtat. É comissariada pelo director do museu de Bordéus, Olivier Le Bihan.
Esta exposição ocorre no âmbito da celebração do centenário do Salão de Outono de 1905, no qual Louis Vauxcelles, crítico de arte, ao observar a pintura de alguns artistas como Matisse, caracterizou-as depreciativamente como cage aux fauves (jaula de feras). O impacto causado pelos fauvistas (quem nem sequer eram um grupo, mas que foram encarados como tal), foi causado por uma nova forma de olhar a pintura: num apelo aos instintos e à expressão as obras invocam a sensação através da cor, num ideal de “pintura pura” - www.museudochiado-ipmuseus.pt
Imprescidível ver, até 19 Março no Museu do Chiado, em Lisboa.
Eu já visitei e vale a pena. É importante não desperdiçar esta oportunidade de ver uma colecção desta importância e envergadura em Portugal. É a reunião de um conjunto de obras de pintores muito importantes para este movimento artístico e para a História da Arte.